Genericamente, os
Hutongs são umas ruinhas formadas por alinhamentos das tradicionais
casas chinesas com pátio (siheyuan).
Quando foram construídas, cada siheyuan alojava uma familia. Com três pátios interiores, na parte de trás da casa viviam as filhas (de onde nunca saíam até casarem), na área do meio viviam os pais e os filhos, e a área da frente ficava reservada para convidados, amigos e familiares.
Se no início eram a residência de muitas pessoas da classe média, com o passar dos tempos foram-se deteriorando e
as condições de vida nos Hutongs foram piorando.
Cada casa passou a albergar várias famílias e os hutongs passaram a parecer-se um bocado como um bairro de lata (sendo do Porto, eu até os comparo mais rapidamente com uma "
ilha").
Talvez por isso mesmo,
os Hutongs têm um estilo de vida próprio, bastante tradicional e comunitário. Todos se conhecem e as tarefas diárias, desde cozinhar a lavar os dentes fazem-se na rua, com os vizinhos.
Recentemente tem havido uma forte polémica relacionada com os Hutongs:
Com o pretexto de "melhorar as condições de vida" das pessoas que lá vivem, muitos deles têm sido demolidos para dar origem a modernos edifícios.
Se nalguns casos dão origem a edifícios de habitação para albergar as mesmas pessoas que já lá viviam, na maior parte dos casos as pessoas são expulsas para os subúrbios, para se construir um moderno complexo de escritórios ou habitações para classes mais altas.
Ainda hoje se podem ver vários Hutongs marcados com o caractere "
Chai" que quer dizer "
para demolir".
Claro que aqui o governo é
preso por ter cão e preso por não ter: quando não fazem nada também são acusados de deixar as pessoas na miséria.
E também há os casos em que os Hutongs são melhorados e remodelados mas depois são imediatamente comprados pelos mais ricos ou pelos estrangeiros.