12 julho 2007

O mito

Uma das ideias que caiu por terra desde que aqui estou foi a de "trabalhar como um chinês" como equivalente a um grande esforço e dedicação.

Em Portugal, historicamente já fomos tentando esta do "trabalhar como um ..." com outros povos, mas na verdade nunca fomos muito convincentes:
Já tivemos o "trabalhar como um mouro", por "falta de provas" passámos para o "trabalhar como um galego", o que também já foi chão que deu uvas, e agora, deu-nos para achar que "trabalhar como um chinês" é que era convincente.
Para mim, esse mito caiu por terra.
Naturalmente, haverá chineses que trabalham muito, mas eu estou a falar da imagem geral (que é aliás partilhada por quem vive cá há mais tempo).

A coisa mais engraçada é na "soneca".
Encontro pessoas a dormir em toda a parte:
Para além dos locais esperados como metro, autocarros, carros estacionados e bancos de jardim, devo dizer que os McDonalds são "dormitórios" preferenciais: chega-se os restos de comida para o lado, põem-se os braços de bruços em cima da mesa, e zzzz...zzzz.
Mas o pior é que isto também acontece em ambiente de trabalho com bastante frequência.

Já encontrei pessoas a dormir exactamente na mesma posição descrita em empresas de sostware que visitei, em lojas de shopping, em guichets da administração pública, nas obras, etc.Depois há também a questão dos horários.
Se uma loja fecha às 19, é melhor ir lá antes das 18.45 senão corre-se o risco de a loja estar fechada.
Outro exemplo é o edifício do meu trabalho.
A partir das 17.15 começa-se a ouvir um burburinho de pessoas a sair. Às 18 já não se vê ninguém.
Sendo um edifício de escritórios, não acho normal, que quando saio um "bocadinho" mais tarde, às 18.30, já tenha de sair pelas traseiras porque o edifício já fechou.