08 julho 2007

(Re)construção

Andava a estranhar que em alguns monumentos que vi em pontos diferentes da China, os elementos decorativos eram muito parecidos ou até iguais.
Há uns tempos, ao visitar um templo em obras descobri a causa.
Pelo que percebi, em muitos dos casos, em vez de um trabalho de restauro, o que é feito é o trabalho de reconstrução.
Tira-se o antigo e põe-se o novo.
Por isso vi um monte de telhas verdes novinhas, outras vermelhas, umas cabeças de dagrão, e outros elementos que já tinha visto em tantos lugares.A própria grande muralha sofre dos mesmos males. Cheng Dalin, investigador do Instituto de Relíquias Culturais, considerou recentemente a reconstrução da Grande Muralha como a acção humana mais destruidora a que o monumento esteve sujeito até hoje.
Por exemplo, esse especialista classificou a reconstrução de uma das secções da muralha como um «trabalho fantasista e elaborado sem qualquer referência aos dados arqueológicos».

Apesar de discordar do método, tenho de compreender que desta forma o trabalho é mais rápido, mais barato, e em muitos casos evita que o monumentos se arruinem definitivamente.
Em Portugal foi feita a mesma coisa a muitos castelos e igrejas no início do Estado Novo.
Se não fosse isso, se calhar hoje em dia eles já não existiam.