22 maio 2007

Heysel Park Revisitado

Como eu disse no último post, vou começar a contar a minha última viagem pelo fim.
E o fim é mesmo o regresso de Macau à China.
Acontece que eu tinha marcado o voo de regresso a Pequim para segunda de manhãzinha a partir de Zhuhai (que é a cidade Chinesa mais perto de Macau) - É que apesar de Macau ser parte da China, um voo de/para Macau é considerado um voo internacional, e como tal é bastante mais caro. Mais uma subtileza estranha deste país.

Vim a saber posteriormente que a "fronteira" entre Macau e a China fechava à meia-noite e só abria às 7 da manhã. Que bem... poupei no voo mas, ia ter de dormir uma noite em Zhuhai.
O mais que suspeito Hotel Fortuna já esperava por mim.

Acontece que, de domingo para segunda era precisamente quando se ia decidir o campeonato. Há coincidências que não podem ser por acaso: não podia ir para Zhuhai, quando em Macau podia ver e ouvir os jogos e festejar em directo.
Claro que arrisquei e fiquei em Macau.
Iria cedo para a fronteira e em princípio iria dar tempo de apanhar o avião.
Campeonato ganho, e às 6 da manhã já estava nas “Portas do Cerco”.
Mesmo assim não fui o primeiro: já lá estavam umas vinte pessoas à minha frente.
Com o passar dos minutos foram chegando mais umas dezenas muito largas.
À medida que as 7 horas se aproximavam o caos começou a gerar-se.
Já não havia fila e estava tudo a tentar passar e a empurrar.

Acho que ainda não tinha contado isto, mas respeito por filas não é propriamente um hábito para estes lados - Com sorte, depois de nos passarem com a maior das latas, viram-se para trás e riem-se simpaticamente para nós.

Era brutal! Garanto que vi pessoas completamente esmagadas contra as portas de entrada e umas senhoras a desmaiarem por se sentirem mal e a não conseguirem respirar sequer.
O caos!
Nunca pensei alguma vez vir a dizer isto seriamente, mas a mim, ajudou-me minha a elevada estatura (eheh!... como podem ver, isto das alturas é relativo) porque conseguia respirar bem acima das cabeças das restantes pessoas, longe do “abafo”.
Ah! O facto de ter uma mala rígida também ajudou, pois à custa de umas cacetadas estratégicas (sobretudo em quem me passava à frente) conseguia manter algum “espaço vital”.

Para a crónica ficar completa falta referir o pormenor sádico dos guardas fronteiriços.
É que a fronteira tem três portas lado a lado, mas só uma é que vai ser aberta.
Quem está de fora não sabe qual vai ser (creio mesmo que eles vão variando para se divertirem).
Ou seja: muitos dos esmaganços referidos anteriormente são completamente inglórios.

Aberta a porta, passagem no “funil infernal” que era a porta, cavalgada imparável até ao guichet dos passaportes. TUM TUM carimbo de entrada. Entrada na China.
E juro que nesta parte vi muitas das pessoas que 5 minutos antes estavam a empurrar e a correr desalmadamente, a sacarem calmamente do cigarro e ficarem parados a olhar para ontem.
Afinal, aquilo tinha sido só um desporto matinal.

3 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Ele há cada uma...

Eu também fiz uso outro dia do meu porte atlético, mas isso são outras bem mais tristes histórias...

Isso parece que sair da China é que está mais complicado do que entrar...

Anda-te embora, que aqui és mais útil, a ti, a mim, a todos e talvez mesmo até à SPI. E fazes falta!

Abraço

24 maio, 2007  
Anonymous Anónimo said...

Ele há cada uma...

Eu também fiz uso outro dia do meu porte atlético, mas isso são outras bem mais tristes histórias...

Isso parece que sair da China é que está mais complicado do que entrar...

Anda-te embora, que aqui és mais útil, a ti, a mim, a todos e talvez mesmo até à SPI. E fazes falta!

Abraço

24 maio, 2007  
Anonymous Anónimo said...

Eu acho que só tu para atravessares a fronteira a pé para ir apanhar o avião do outro lado.
Antes isso do que cortar o cabelo outra vez.

pai

25 maio, 2007  

Enviar um comentário

<< Home